Os Militantes do Movimento Enraizados DMA, Átomo, Léo da XIII e Kall
Olá a todos e todas!!! Estou de volta.
Desta vez vou falar de militância e da importância em defender uma causa, mas primeiro vou recorrer ao meu amigo dicionário para sabermos o que é militância.
Militância = Participação intensa em defesa de uma causa ou organização política.
Agora podemos começar o desenrolo.
Nesta época do ano – outubro, novembro e dezembro –, deixo de produzir eventos no Movimento Enraizados e começo a participar de eventos de parceiros, contribuindo com palestras, debates e apresentações artísticas. Como são muitos os convites, não tenho condições de ir a todos, mas sempre procuro contribuir ao máximo nos que participo, procuro também aprender bastante com os presentes e conhecer muita gente nova.
Marcos, Kall e Léo da XIII
No último dia 24 de outubro, fui convidado pelo Marcos – Líder Comunitário – a participar do I Fórum Sociocultural, no Campinho, em Campo Grande.
Convoquei os militantes Kall, Léo da XIII e Átomo para me acompanhar nessa missão.
Todos nós quatro aprendemos a militar dentro do hip hop por causas sociais, através da música, pois somos rappers, mas aprendemos também que o hip hop é complexo em sua formação e precisamos estar unidos, mas não fazendo as mesmas coisas a vida inteira. Cada um criou sua forma e seu motivo para praticar hip hop. E é isso o que fazemos hoje, mas nós do Enraizados não andamos em circulos, a gente discuti e procura novos desafios sempre.
Muitos de nós que aprendemos a militar dentro do hip hop não gostamos de reuniões, seminários e palestras, pois encaramos tudo isso como apenas discussões que não vão levar a lugar nenhum. Eu mesmo achei isso por muito tempo.
Tão importante quanto a participação no evento foi a conversa que tivemos durante a viagem – pois de Morro Agudo a Campo Grande são aproximadamente uma hora e meia – onde conversamos a respeito de militância.
Um dos assuntos que falamos foi sobre cota universitária para negros, da importância em se falar desse assunto cada vez mais, da importância em participar de conferências e seminários sobre este tema, para que nós possamos fortalecer nossos argumentos – que são a favor das cotas – pois sabemos que se nos calarmos, nós negros perderemos esse direito a reparação.
O problema é que vejo frequentemente muitos negros participando até mesmo de programas de TV sem ter um argumento, o que enfraquece a luta.
Percebemos que, enquanto estivermos discutindo, chamando a imprensa para discutir e pressionando o poder público, muitos de nós estarão se formando, mas temos de estar “preparados”.
Quando chegamos ao I Fórum Sociocultural, por volta de 14h, fomos muito bem recebidos pelos organizadores, que pediram desculpas pela quantidade reduzida de pessoas que havia ali. Eles realmente estavam constrangidos por nós saírmos de tão longe para falarmos para tão poucas pessoas.
Mas nós, por estarmos a mais de 10 anos nessa luta, sabemos da dificuldade em ter o povo presente em um evento feito para discutir assuntos relevantes para para o bem comum. É triste, mas é uma realidade.
A história do Movimento Enraizados é no mínimo curiosa, e é o que as pessoas sempre pedem para eu falar: – Pô, conta a história de vocês, fala sobre a rede, de quando vocês estavam na pracinha e do que vocês alcançaram hoje.
É justamente isso o que a gente fala e eu vejo o brilho nos olhos das pessoas, eu vejo a esperança se renovando a cada palavra proferida.
Então fizemos a nossa apresentação e…
… aumentamos mais ainda a REDE ENRAIZADOS.
Dudu de Morro Agudo
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Dudu de Morro Agudo 